tantas vozes

o mundo tem dessas tantas linguagens, eu devia agradecer todo dia, você também. tem uma que é a dança, que no fim é o meu maior meio (eu disse medo?) de expressão. acontece que tem um livro aí que vai ser inaugurado amanhã, lá na fundação de cultura. um livro de dança, mas que usa da escrita (e da fotografia e do desenho e do design) pra contar a história de pessoas que fizeram a história da dança aqui no matão. eu to lá não como quem faz história mas como quem a escreve, dando voz à dança de um cara incomum, o célio, que puta merda, devia ser comum.

eu achei um sufoco fazer esse trabalho, escrever sobre alguém é um troço difícil demais. eu conheço o célio de criança, de quem coreografava pra escola que eu estudava, o perpétuo socorro, e ele botava a gente pra dançar festa junina de salto alto e óculos escuro, um arraso pra quem tava saindo da década de 80. sentar na frente dele e ouvir tudo o que tinha pra dizer sobre dança, 18 anos depois, foi um presente. mas botar no papel me exigiu bastante, exigiu sensibilidade, paciência, racionalidade e um bocado de tempo que eu não tinha. tive. ainda bem que era sobre ele, se não eu tinha chutado o balde. se eu tivesse coragem de usar o chapéu que eu tenho no armário, tirava agora ele pra quem vive de escrever.

tem gente que ficou de fora do livro, que está representado indiretamente. eu vou colocar aqui a minha lista de gente que eu colocaria pra dentro, se o livro fosse só meu: Diógenes Antônio Silva, Renata Leoni, Miriam Gimenes, Patrícia Almeida, assim só pra começar. por eles eu enfrentava o sufoco de novo.

enfim, to convidando quem quiser aparecer no lançamento do livro Vozes da Dança, que está lindo de morrer (designer Desirré Melo), dia 17 de abril, sexta-feira, no Memorial da Cultura, às 19h. vai ter dança, é tudo o que importa. um abraço.