into the wild

acabei de assitir, porra, sean penn! se bem que o crédito não é só dele, tem o jon krakauer que escreveu o livro e mais ainda quem viveu essa história, mas foi assim que ela chegou em mim, easy as that: play no dvd e nem fui eu que apertei. eu sei que o filme ganhou peso em mim por quem tava do meu lado assistindo, por quem insistia pra eu ir perguntar na locadora se o na natureza selvagem tava locado ou não - e sempre tava - vai lá, você é mais simpática que eu, essa vez era nossa.

eu sei que o filme dá essa sensação em um baaando de gente que assiste, dá vontade de fazer as malas e sair por aí pra ganhar mais vida, nessa que a gente vive. pois é, quem tava do meu lado já fez isso, o vini aprontou as malas um dia e se mandou. a gente não tava brigado, ele não odiava a família, também não via grandes problemas no emprego que ele deixou pra trás, só foi e era a coisa mais certa pra fazer aquela hora e acho que só ele tem explicações pra isso, eu sentia que sim. no fim da viagem eu fui busca-lo e a gente percorreu um puta caminho juntos: buenos aires, os andes, a estranha santiago, valparaíso, o deserto do atacama, atravessamos a bolívia, cusco, machupicchu, até os andes de novo e lima. esse mundo é foda.

mas não é sobre paisagens o filme e nem a viagem do vini e nem a nossa juntos e nem tudo o que a gente passou até aqui. certas experiências mudam a gente, essas coisas pedem coragem de quem faz, porque abandonar tudo não é fácil, muito menos abandonar coisas importantes pra gente, sabendo que a vida dos outros não pára pra gente fazer o que quer... tentar se encontrar não é fácil e mudar é menos ainda, e isso não pára, pra ninguém. no filme e na vida real, o christopher mccandless morre no alaska (calma, não to estragando tudo, aparece nas primeiras cenas) e ele não teve chance de mais nada depois disso, bem, claro. pra mim a sensação foi porra, olha a gente aqui enroscado, a gente ta tendo outra chance! somos dois incomodados que hora ou outra se retira e eu não sei quantas chances a gente tem na vida, chance de aprender, de voltar, de ser amado, do que for, mas o filme me deu uma perspectiva de que isso pode depender da sorte e não só de algum merecimento ou esforço ou sentimento ou tentativa de qualquer espécie. eu então senti a nossa sorte. e tem a coragem. e eu acho que isso vale a pena por si só, como o cristopher, como o vini, como um bando de gente que eu admiro. e no fim das contas, azar de quem não se arrisca.


4 comentários:

  1. Nossa. Eu vi o grupo pela primeira vez no domingo, na concha. Fiquei maravilhada, não saí incólume, repercutiu aqui. Vim atrás de mais e achei. Mas não só: no sábado eu assisti a esse filme. Que. Calou fundo tb. Revolveu td por dentro.
    Bem, voltarei.

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  2. uau, que coisa boa de ler - e de acontecer, sei nem o que falar. bem-vinda, volta mesmo!!!

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  3. Esse filme é mesmo incrível. Fiquei imaginando se o moço era de fato tão apaixonante quanto o do filme. Não havia quem não gostasse dele...
    Fazia tempo que não passava por aqui. Voltarei com mais freqüência!
    Bjos!!!

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