nem tudo o que a gente sente pode ser falado; por isso tem a música, tem a cachaça, tem o jogo, tem o desenho, tem o cinema, as coisas são sem precisar sempre do dito, são jeitos de falar sem dizer uma palavra - ou junto com a palavra, trazendo outros significados. a dança é assim; em mim ela fala alto, então por que não falar dessas outras coisas que só ela diz? o corpo não é meu, o corpo sou eu. o verbo veio pra poder entender isso, às vezes da boca de quem aparece por aí: roberto pereira, lenira rengel, renata leoni, chico neller, gente que me ajuda a entender o que não se fala. no princípio era o verbo funciona melhor se a gente pensar em ser é ser percebido que quer dizer pra mim que as coisas existem, mas só se fazem presentes quando a gente percebe, pensa, assimila elas. a dança está por aí pra preencher alguns dos nossos vazios, pra tomar volume na gente, no mundo, pra gerar pensamento, pra gerar saídas, até pra não ter função, o que em si já é uma. ai, falei demais. play o dançário, diário de bordo, diário de corpo, eu.
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