com cebola, por favor

a noite é feito um abraço bom, eu subo os degraus do bar. tanto tijolo, meu deus, pra prender o calor dessa gente bege de batom vermelho e sorriso azul. pra prender o barulho, os boatos e o nosso balcão. tão pouco tempo pra dizer oi pra quem vai pra porto alegre, pra quem vai pra itália, pra quem sempre está aqui eu não vejo mesmo assim - e que tal achar que tudo bem. a bailarina no palco pula entregue à sua pellz e a minha vai embora satisfeita. ô baiano, me vê um cachorro quente. desço o porta-luva sem atrapalhar o joelho de nenhum romance de carne e osso e beijo. meus amores, essas pessoas todas, estão guardados em mim e por hoje isso basta. amanhã não sei como vai ser.