apertei o cinto e essa história de recolher a poltrona para a posição vertical parece brincadeira com tão pouca inclinação, não dá nem pra descansar nesse encosto, não dá nem pra tirar uma soneca. eis que o dia não é sonho: ele suspirou e pronto! hora, mundo e localização geográfica saíram pelo nariz. quanto a mim, preferia ir de carro, mas ainda estou na dimensão do tempo-espaço e tive que ir voando mesmo, pra dar tchau, quando ele nem estava mais lá e eu já sabia, afinal.
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o cinto ficou apertado até eu entrar na capela e abraçar quem ficou por aqui, esses personagens que existem mais dentro de mim, porque quase não nos encostamos, nem nas palavras, mas não de propósito e não agora. era assim, o clube do karma e eram todos meus. nessas horas sensíveis a flor da pele abre e dá pra ver lá dentro. não disse que é perfume, mas tem sua beleza, eu vejo agora com menos apatia, com a minha conquistada distância que me aproxima.
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da janela redonda eu vejo a asa e morro de medo da queda livre. o meu avô era piloto, gostava do céu, da idéia do céu, mas foi pelo mar que ele veio, o homem de santa helena, e foi o navio que chegou para buscá-lo, ele sonhou no mesmo dia e disse. pensei onde é que estava o sentido dele de lar, era na ilha, no brasil, no avião, no teclado, no corpo que já estava indo.
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eu volto em mais um vôo, correndo dessa vez para a vida (?), vejo campo grande de cima e me sinto em casa nesse lugar que eu não nasci. quantos vôos fazemos nessa morada de carne, quantos medos de cair, quantas máscaras de oxigênio para salvar a gente, até quando vai dar pra puxar o ar? a vida está mesmo é na ponta do nariz. a minha então, deve ser larga e sinuosa, você sabe, a genética. ah, vô...
ah, a genética.
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