essa semana me deu uma de velhice. nem foi culpa minha, mas eu devia suspeitar quando fui fazer aula de tai chi chuan, alías, bem pesadinho pra quem diz tanto que não tenho mais vinte anos. de repente tinha três destes exemplares falando ao mesmo tempo comigo e eu como quem é interlocutor, como quem entende várias línguas simultaneamente; podia ser eu ou a porta, eu e a porta éramos a chance de afirmar quem eram. também falei com meu avô, essa semana. tem a morte perto dele e não é o brad pitt. ele é desses que fala pelos cotovelos e não te deixa fazer mais nada daqui pra frente, nessas quatro horas de um épico que você já ouviu. fazia mais de um ano, mas dessa vez foi pouco, tá doendo, falou fazendo força pra sair sua piadela sarco-otimista-religiosa que só ele consegue; disse um tchau que não vai sair da minha cabeça até que me falhe a memória, até que eu consiga fazer o tai chi com aquela qualidade de movimento de quem carrega um mundo num pedaço de carne. daí então eles falaram a minha língua, daí então eu entendi o que eles deviam ter dito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário