take me down, little suzie

hoje tem bêbados no bar, o único que me resta, fly. não que os outros não prestam, sabe, mas esse me conforta. deve ser porque é meio abandonado, deve ser porque os sãos que eu conheço passam longe daquele porão, dão risada das letras dos bêbados, bem na minha fuça e se sentem salvos e talvez estejam, mas não por isso - e não sei por quanto tempo. deve ser também porque eu gosto de romantizar as coisas? deve, sei bem. de fato eu não conheço bem as ruas e todas as suas feridas, eu vou da casa pro barfly, do barfly pra casa no meu peugeot preto que eu batizei de odetta, pra ficar lá no fundo, indicando pros novatos qual é o banheiro masculino, as mulheres sempre sabem, elas não entram lá pela primeira vez. nunca bebi a garrafa até o fim, apesar de ter preenchido outros quesitos pra saber o que é o blues, baby. eu tô bem longe disso, preciso pôr a minha cara a tapa nesse mundo fora do meu condomínio, descentralizar o meu umbigo, vomitá-lo, se for o caso. mas eu não quero fingir que tô fazendo isso, então não é de uma vez que vai acontecer, também nem sei se está. já tentei fazer as coisas direito e apesar de ter pulado fora do curso e ter quebrado muitos outros cristais da família, ainda to na batalha entre o que me ensinaram que era ideal e o que minhas vísceras sentem e eu to pendendo, homeopaticamente, pro lado da merda toda, a parte que me faz bem no fim da noite, no fim das contas. por enquanto to pegando só os espirros dos outros, me falta a tal coragem de mergulhar. li esses dias no blog do fábio ele repetindo o bortolotto, "não acredito em maluco com menos de 35 anos". isso me deixou mais tranqüila, me deu um prazo de dez anos e alguns meses pra tudo ficar em desordem por aqui, de uma vez por todas, quem sabe com mais bagagem, fare enough. mas essa noite eu não vou estar lá, no confessionário absurdo. quem sabe eu chego pro último blues.

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